quinta-feira, 5 de junho de 2008

pogo-roda punk


O pogo

Ah, o pogo. A razão da existência de um show punk. O momento de alegria e energia quando o punk e o surfista se abraçam, depois se chutam, depois se abraçam de novo e por aí vai. Tudo numa boa. Pogar é simplesmente "dançar" num contexto punk. O termo "poguear" também pode ser usado, porém é menos comum. O som punkrock/hardcore é forte, rápido e cheio de energia, e a dança reflete essas características. Ao ouvir a música, seu corpo inteiro vibra e a vontade que dá é a de extravasar essa energia: pular, correr, sair chutando o mundo. E assim é a dança, consiste em pulos, correrias e movimentos cadenciados de braços e pernas. O movimento é o seguinte: você anda, dando os passos no ritmo da música. A cada passo, a perna é levantada e esticada, dando-se um chute no ar, como se estivesse chutando uma bola de futebol. Um chute médio, nem fraco nem forte. O tronco e a cabeça são movimentados para um lado e para o outro, acompanhando o ritmo e os chutes. É a ginga. Os braços ficam dobrados em 90 graus e os punhos fechados, fazendo um movimento alternado, para frente e para trás, no ritmo da música. É como um boxeador em posição de defesa do rosto, só que com a guarda mais aberta (os punhos não se tocam) e os cotovelos bem afastados. A cabeça fica levemente abaixada. Esta é uma posição de defesa da cabeça, para evitar colisões. Assim, nos choques o que se bate são os cotovelos e antebraços. Algumas variações incluem uma posição diferente dos braços, dobrados na vertical e fazendo movimentos para cima e para baixo. Ou ainda dar joelhadas no ar ao invés de chutar.

A roda de pogo
A roda de pogo é uma evolução natural do pogo. Com cada um andando em uma direção diferente, os choques frontais são muito freqüentes e a dança fica prejudicada. Apesar de se trombar fazer parte do jogo, se trombar demais impede que se faça a ginga no ritmo da música.
Nada é combinado, mas intuitivamente todos começam a andar para uma mesma direção, diminuindo o caos de colisões frontais. Como o espaço é reduzido, só é possível andar em círculos, ao redor do centro do pogo. Esta é a roda de pogo.

As variações da dança
Quando a banda é realmente boa e todos estão muito empolgados, é comum ver variações do pogo clássico, que podem incluir:
Rodar a camiseta acima da cabeça e gritar.
Jogar cerveja para o alto e gritar.
Subir no ombro de outro cara e rodar a camiseta e/ou jogar cerveja.
Pular no ar num momento de ápice da música.
Dar vários pulos consecutivos no ápice do momento de ápice da música.
Levantar um braço com o punho fechado e cantar frases da letra.
Levantar os dois braços e com os punhos e olhos fechados cantar a frase da letra que é realmente especial para você.
Abraçar o primeiro cara que ver na frente e pogarem juntos por alguns segundos. Não ficar muito tempo abraçado que senão é viadagem.
Fechar os olhos e simplesmente deixar o corpo solto, sendo jogado para todos os lados junto com o pogo.
Fazer um mosh.
ETIQUETA DO POGO
Cada um pode dançar como quiser, batendo nos outros de maneira amigável e não intencional, sem abusos.
Se alguém cair no chão (escorregadio, lembra?) os que estão ao redor fazem uma "cabaninha" para protegê-lo e o ajudam a levantar.
Se precisar amarrar o tênis/bota/coturno, faça isso fora do pogo.
Se você achar alguma coisa no chão, entregue para o cara da banda anunciar no microfone no intervalo das músicas.
Uma guria pogando ou dando mosh deve ser encarada como um punk suado fedido. Nada de aproveitar para tirar uma lasquinha. Isso é coisa de mané.
Se você quer que sua namorada pogue, deixe-a. Ficar protegendo a mulher no meio do pogo é ineficiente e atrapalha os demais. Ou deixe-a livre ou saiam da roda.
Pogo e cigarro não combinam, pois brasa quente e caras sem camisa se atraem. Se quiser fumar, saia do pogo.
Cansou? Saia do pogo, não fique parado no meio atrapalhando o fluxo.
Tomou uma pancada forte? Tente identificar se foi intencional ou sem querer. Geralmente é sem querer. Saia da roda para se recuperar. Se foi intencional, marque o cara e depois bata nele "sem querer" também em outra música, para que ele saia do pogo. Se quiser ser mais construtivo tente conversar e explicar o que ele fez de errado.
Bateu forte em alguém sem querer? Peça desculpas na hora para não ser confundido como intencional. Mesmo se desculpando, sair do pogo por alguns minutos pode ser uma boa idéia. Avalie a situação.
Não brigue. Você notou que não há brigas no pogo? Faça a sua parte para que isso continue assim.

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